Como melhorar sua qualidade de vida tratando o TDAH
Psicoterapia para Transtorno do TDAH em Guarulhos
TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é classificado pelo DSM-5 (2023) por 18 sintomas, sendo 9 relacionados à desatenção e outros 9 relacionados à hiperatividade/impulsividade. Para ser diagnosticado com TDAH o indivíduo deve atender a pelo menos 6 sintomas para crianças e para adultos 5 sintomas, que devem ser persistentes por mais de 6 meses. Os sintomas também precisam ter iniciado antes dos 12 anos de idade e que tenha causado prejuízos em pelo menos dois ambientes.
Geralmente o ambiente mais prejudicado é o contexto escolar caracterizado por: problemas de comportamento relacionados à agitação da criança, dificuldade de obedecer às regras da escola, não conseguir terminar as atividades propostas e iniciar outra em sequência, distração fácil com barulhos e outras coisas, evitar o que considera chato e difícil, perda de objetos, não prestar atenção na explicação do professor, inquietação quanto a sempre buscar motivos para se levantar da cadeira, conversar bastante com os colegas de sala, buscar terminar as tarefas o mais rápido para se ver livre e iniciar outra em seguida, grande sucesso em atividades que tem muito interesse.
De acordo com o CID-10, para o diagnóstico é necessário que exista comprometimento tanto na atenção quanto em relação a hiperatividade. É necessário que os sintomas tenham surgido antes dos 6 anos de idade. O diagnóstico não pode ser realizado se o indivíduo estiver com transtorno de depressão ou ansiedade. Este transtorno é apresentado no CID (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde) como F 90.0.
De acordo com o Manual MSD, o TDAH é uma síndrome relacionada à desatenção, hiperatividade e impulsividade é considerada como um distúrbio neurobiológico que afeta o neuro desenvolvimento. Aborda que os “distúrbios de neurodesenvolvimento são condições neurológicas que aparecem precocemente na infância” é possível perceber antes da fase escolar e causam impacto tanto no desenvolvimento pessoal, social quanto em atividades acadêmicas e profissionais. Podem ser percebidas alterações em relação à atenção, memória, percepção, linguagem, resolução de problemas ou interação social.
O indivíduo com TDAH também pode apresentar baixa tolerância à frustração, temperamento teimoso, agressividade devido a impulsividade, dificuldades nos relacionamentos, distúrbios do sono, depressão e ansiedade. Perder objetos com frequência, se distrair facilmente, ter dificuldade com foco e atenção, cometer erros por descuido, parecer disperso, ter dificuldade em seguir instruções e de se organizar são aspectos que devem ser melhor avaliados para um possível diagnóstico para TDAH.
Atualmente os estudos científicos indicam que no TDAH existe uma alteração da neurotransmissão dopaminérgica no córtex frontal e em regiões sub corticais e límbicas cerebrais. Estudos indicam que existe uma alteração nessas regiões do cérebro que explica a impulsividade do indivíduo com TDAH. Existem vários apontamentos quanto a origem e desenvolvimento do TDAH, mas o que é mostrado cada vez mais pelas pesquisas é que a etiologia é neuro-genética-ambiental. (COUTO, 2010)
Subtipos de TDAH
Apresentação combinada (desatenção + hiperatividade/impulsividade)
Apresentação predominantemente desatenta
Apresentação predominantemente hiperativa/impulsiva
Tratamento para TDAH em Guarulhos
Quanto antes for realizado o tratamento do TDAH menor os prejuízos e impactos este transtorno pode vir a atingir, conhecer sobre o transtorno é o primeiro passo para se conduzir os sintomas desde a infância até a vida adulta. Na vida adulta, pacientes que sofreram os impactos do transtorno em diversas áreas, mas obteve o diagnóstico e consequentemente tratamento mais tardiamente tendem a ter como comorbidade transtornos depressivos e de ansiedade.
O tratamento do TDAH envolve:
Psicoterapia – a Terapia Cognitivo-Comportamental é indicada para o tratamento do TDAH, com a aprendizagem de técnicas para o gerenciamento da condição, trabalhando pensamentos, comportamentos e emoções, trabalhar organização e rotina;
Medicação – uma das escolhas do médico psiquiatra pode ser os medicamentos estimulantes, o medicamento mais recomendado pelos médicos geralmente é o metilfenidato, considerado como o tratamento de primeira linha, capaz de reduzir os sintomas do TDAH significantemente e devolver a qualidade de vida. Em alguns casos o médico pode recomendar alguns tipos de antidepressivos.
Moran et al. (2019) apontam que medicamentos prescritos para o TDAH são substâncias controladas, geralmente são indicados sais de metilfenidato e anfetamina. Por este motivo, se tem de primeiro impacto um receio de tomar as medicações, mas estudos apontam que pessoas com TDAH que tomam as medicações conforme prescritas por um médico tem menos chances de adquirirem novos vícios (doces, drogas e etc) e também apresentam maior diminuição de outros prejuízos, como a desatenção por exemplo, se comparado a aquelas que não recebem tratamento. As respostas dependem da gravidade e da tolerância à medicação. Por isso, um acompanhamento com o médico psiquiatra é essencial para ajustar a quantidade do medicamento e a frequência até se alcançar um equilíbrio entre os benefícios do medicamento e os efeitos adversos. A medicação pode ser ajustada para dias e horários especiais (ex: tomar somente antes de ir a escola)
Crianças ou adolescentes com TDAH geralmente possuem crenças que podem levar a baixa autoestima, pensam que não conseguem fazer nada direito, que não são bons o suficientes e que não tem destaque por não ser como as outras crianças de sua idade. No processo de psicoterapia infantil é também se faz muito importante a orientação dos pais para a proposta de estratégias adaptativas à realidade da criança. E principalmente a psicoeducação com o intuito de conscientizar os pais e a criança sobre o TDAH.
Em relação aos adultos, muitos não sabem que têm TDAH, assim como desconhecem a existência de tratamento como é um problema crônico, pode ter um impacto significativo ao longo da vida, atingindo o desempenho acadêmico, profissional e as relações sociais e familiares. O tratamento do TDAH baseado na Terapia Cognitivo-Comportamental envolve: Psicoeducação, avaliação de possíveis comorbidades, psicoterapia com reestruturação cognitiva e intervenções ambientais e comportamentais. (DOYLE, 2006)
A psicoterapia com base na TCC auxilia o indivíduo com TDAH a direcionar sua atenção, reestruturar suas crenças formando maneiras mais adaptativas e mudar o modo como se sente, modificar seus comportamentos e auxiliar nas habilidades sociais. Os pacientes atendidos por esta abordagem adquirem estratégias de resolução de problemas, realizam o automonitoramento, organização de tempo e tarefas, técnicas de organização de um modo geral, regulação do emocional da raiva e agressividade. Por isso, ao perceber esses sinais busque auxílio de um psicólogo para o acompanhamento e orientação para um melhor prognóstico futuro nestes casos.
Escrito por Psicologa Domenicque Pegoraro
Referências bibliográficas:
DSM-5-TR – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. American Psychiatric Association. Artmed, 5 ed, 2023.
DOYLE, B. B. Understanding and Treating Adults with Attention Deficit Hyperactivity Disorder. Washington: American Psychiatric Publishing, 2006.
MESQUITA, Cíntia Machado de et al . Terapia cognitivo-comportamental e o TDAH subtipo desatento: uma área inexplorada. Rev. bras.ter. cogn, v. 5, n. 1, p. 35-45, 2009.
OMS. Organização Mundial de Saúde. Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10: Descrições Clínicas e Diretrizes Diagnósticas. Porto Alegre: Artmed, 1993.
Manual MSD. SULKES, S. B. Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDA, TDAH), MD, Golisano Children’s Hospital at Strong, University of Rochester School of Medicine and Dentistry, 2022.
COUTO, T. S.; MELO-JUNIOR, M. R.; GOMES, C. R. A. Aspectos neurobiológicos do transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH): uma revisão. Ciênc. cogn, Rio de Janeiro , v. 15, n. 1, p. 241-251, abr. 2010 .
MORAN, L. V., et al. Psychosis with Methylphenidate or Amphetamine in Patients with ADHD. The new england journal of medicine, 2019.